quinta-feira, 7 de junho de 2012

Às Portas Do Coração




ÀS PORTAS DO CORAÇÃO
Baníssemos o trabalho do amor do mundo e o instinto dominaria as almas. Por isso, se Jesus deixasse a Terra, o caos lhe tomaria o lugar.
Ela é a alma da caridade vivificando os destinos humanos.
Que adiantam a posse de terras, o ensejo à prosperidade, a fartura de pão e a liberdade relativa para o homem, se ele apenas respirasse
acomodado à animalidade e ao descaso, sem marcar os passos com as balizas da evolução espiritual?
Que valem fastígios terrestres sem bases em diretrizes da imortalidade que nos é própria?
Atenda às vozes do amor que lhe estribilham apelos fraternos às portas do coração: porfie em favor de alguém.
Todos podemos fazer algo, até mesmo tão-só com a presença. Frequentemente, a simples presença, sanciona o erro ou apóia o acerto.
Presença constitui serviço ou desserviço.
Não se esqueça de que há muitos a lhe reclamarem auxílio próximos de você. Não queremos dizer que seja feliz quem mostre face alegre;
feliz é quem espalha felicidade.
Ajude, seja a emoção, o pensamento, o tempo, a tarefa ou o estômago do semelhante, mas ajude. Preferível aprender a lição da vida no
exercício, como praticante, do que repeti-la mil vezes em teoria, na posição de expectador ou de ouvinte.
Quem facilita um ato nobre ou menos digno é sócio na ação respectiva. Socorro fraterno, mostre-se ele por dádiva ou perdão, cria laços e
raízes de amor para sempre. Indiferença cava a solidão, para agora e para depois.
Não existem no Universo abismos indevassáveis ao bem. Por toda parte desce ou se alteia a misericórdia invisível.
Toda pessoa ociosa rouba à sociedade. Muita mão paralisada já veio assim de encarnações anteriores. O esforço de hoje irá ampliar
suas energias e enrijecer seus músculos na vida próxima.
Ampare a quem caiu sem esmiuçar o erro do culpado. Na ação do bem desinteressado, a censura não encontra motivos para se impor. O
ato de caridade jamais forma vítimas, nem complica a ninguém.
Caridade verdadeira onde aparece é sempre limpa, porque nunca demonstra negligência à frente de obrigações.
Estabelecer condição para a caridade já é faltar com ela. Na tarefa aparentemente mais insignificante por situar-se a caridade mais
difícil de ser atendida.
Talvez que o êxito maior da sublime virtude resida justamente em não se preocupar com êxito algum. Por isso mesmo, se o campo
da caridade é árido em vantagens humanas, é invariavelmente fértil em divinas consolações.
Quanto mais evolução, mais amplo entendimento da caridade. Só a intenção da caridade sabe sufocar a revolta, alijar a
deslealdade, olvidar o desprezo e praticar a benevolência sem qualquer consideração no próprio interesse.
Na atualidade terrena quem exerce a caridade vive temporariamente no futuro da vida.
O Espiritismo é progressista, jamais retrógrado. Os princípios que lhe norteiam a marcha não permitem o arrivismo. Eis porque só
encontramos um caminho para a vitória real: vencer a nós mesmos e, para isso, o rumo inevitável será sempre: caridade.
(De “Técnica de Viver”, de Waldo Vieira, pelo Espírito de Kelvin Van Dine)