Talvez...
Talvez um dia eu descubra que
perdi muito tempo a valorizar coisas sem importância...
Que colecionei problemas
demais...
Que em muitos instantes, sofri
por fatos imaginários.
Que deixei que o melindre tirasse
o meu equilíbrio.
Que mesmo sem perceber ou até
admitir, investi no orgulho e acabei por semear espinhos em meu
caminho.
Que enfraqueci e me deixei
envolver pelas tentações, adentrando as portas largas...
E mais adiante, arrependido pelas
escolhas equívocas, fiz pior: deixei de crer na minha força íntima para retornar
e trilhar o rumo certo.
Que revoltado por determinadas
situações, fechei as portas para às inspirações divinas.
Que deixei de alimentar a fé,
permitindo que a aflição crescesse.
Talvez eu perceba que me cobrei
demasiadamente, esquecido de que a perfeição ainda não faz parte do meu estágio
evolutivo.
Em outros instantes, envolvido
pelas dificuldades, fui vencido pelo desânimo...
Deixei que a tristeza se torna-se
constante...
Que as sombras se aproximassem,
impedindo-me de visualizar a luz que permanece a iluminar meu
caminho.
Talvez, tenha dito
muitas palavras rudes.
Ignorado os apelos espirituais
que me chegavam como forma de inspiração.
Cometido terríveis
gestos.
Destruído sonhos
alheios.
Afastado a
fraternidade.
Não vigiado os meus
gestos.
Adotando atitudes em nome do
Cristo que soam tão contrárias ao que Ele pregou...
Talvez, diante do comprometimento
necessário, desertei da tarefa do bem, por acreditar que não estava ainda
preparado.
Caí no desculpismo para fugir à
responsabilidade.
Enxergado todos como
adversários.
Culpado o mundo pelos meus
insucessos.
Desvalorizando os talentos que
permanecem adormecidos em meu íntimo.
Preferindo investir no pessimismo
e depois no desespero.
E mergulhando-me cada vez mais em
pensamentos conturbados e lágrimas...
Talvez, eu tenha definitivamente
pensado em sair de cena, crente de que não haveria como mudar o final de minha
história...
Porém, a renovação continua a
bater a minha porta, não se importando com os enganos que já cometi, com o tanto
que fui inferior no ontem, mas insistindo em me convidar a segui-la no hoje, no
agora!
Porque se a vida é um imenso
caderno com muitas páginas escritas, devo lembrar que há muitas outras esperando
para serem escritas.
Que as folhas do
passado representam aprendizados que me auxiliarão a escrever as do presente.
E com a tinta da fé e da
perseverança nova escrita surge.
Um novo dia me
aguarda!
Por isso, eu recomeço confiante
de com o amparo divino e as minhas próprias forças, chegarei a um novo
horizonte...
Onde não existe o talvez, mas a
certeza de que nada tenho a temer, mas muito a realizar.
Assim, eu sigo
determinado a rescrever a minha história como Espírito criado pela misericórdia
do Pai com o objetivo único de alcançar a plena
elevação.
E eu hei de
conseguir!
Sônia
Carvalho
01/04/12