sexta-feira, 13 de abril de 2012

Talvez


Talvez...
Talvez um dia eu descubra que perdi muito tempo a valorizar coisas sem importância...
Que colecionei problemas demais...
Que em muitos instantes, sofri por fatos imaginários.
Que deixei que o melindre tirasse o meu equilíbrio.
Que mesmo sem perceber ou até admitir, investi no orgulho e acabei por semear espinhos em meu caminho.
Que enfraqueci e me deixei envolver pelas tentações, adentrando as portas largas...
E mais adiante, arrependido pelas escolhas equívocas, fiz pior: deixei de crer na minha força íntima para retornar e trilhar o rumo certo.
Que revoltado por determinadas situações, fechei as portas para às inspirações divinas.
Que deixei de alimentar a fé, permitindo que a aflição crescesse.
Talvez eu perceba que me cobrei demasiadamente, esquecido de que a perfeição ainda não faz parte do meu estágio evolutivo.
Em outros instantes, envolvido pelas dificuldades, fui vencido pelo desânimo...
Deixei que a tristeza se torna-se constante...
Que as sombras se aproximassem, impedindo-me de visualizar a luz que permanece a iluminar meu caminho.
Talvez, tenha dito muitas palavras rudes.
Ignorado os apelos espirituais que me chegavam como forma de inspiração.
Cometido terríveis gestos.
Destruído sonhos alheios.
Afastado a fraternidade.
Não vigiado os meus gestos.
Adotando atitudes em nome do Cristo que soam tão contrárias ao que Ele pregou...
Talvez, diante do comprometimento necessário, desertei da tarefa do bem, por acreditar que não estava ainda preparado.
Caí no desculpismo para fugir à responsabilidade.
Enxergado todos como adversários.
Culpado o mundo pelos meus insucessos.
Desvalorizando os talentos que permanecem adormecidos em meu íntimo.
Preferindo investir no pessimismo e depois no desespero.
E mergulhando-me cada vez mais em pensamentos conturbados e lágrimas...
Talvez, eu tenha definitivamente pensado em sair de cena, crente de que não haveria como mudar o final de minha história...
Porém, a renovação continua a bater a minha porta, não se importando com os enganos que já cometi, com o tanto que fui inferior no ontem, mas insistindo em me convidar a segui-la no hoje, no agora!
Porque se a vida é um imenso caderno com muitas páginas escritas, devo lembrar que há muitas outras esperando para serem escritas.
Que as folhas do passado representam aprendizados que me auxiliarão a escrever as do presente.
E com a tinta da fé e da perseverança nova escrita surge.
Um novo dia me aguarda!
Por isso, eu recomeço confiante de com o amparo divino e as minhas próprias forças, chegarei a um novo horizonte...
Onde não existe o talvez, mas a certeza de que nada tenho a temer, mas muito a realizar.
Assim, eu sigo determinado a rescrever a minha história como Espírito criado pela misericórdia do Pai com o objetivo único de alcançar a plena elevação.
E eu hei de conseguir!
Sônia Carvalho
01/04/12