terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Objurgatórias


OBJURGATÓRIAS

Explicas a rebeldia atual e a debandada das trilhas luminosas da fé, porque a decepção marcou as experiências religiosas em que te envolveste, povoando-te de aflição e ralando-te o coração de dor.
Pedias paz e encontraste somente lutas.
Esperavas tranquilidade e achaste inquietude.
Desejavas saúde e enfrentaste enfermidades.
Aguardavas solicitude do Alto e os Ouvidos Cerúleos pareciam-te moucos às rogativas.
É natural, justificas, que a revolta se instalasse no coração.
Formulavas, a respeito do Espiritismo, conceitos diferentes; e a decepção, inevitavelmente, foi o amigo que te atendeu.
Todavia, és o único responsável.
Fé é lâmpada que clareia interiormente. Roteiro, e não transporte; estrada, e não porto de repouso.
O Espiritismo não equaciona dificuldades, consoante o engano de observação a que estás afeiçoado, na Terra.
Para muitos a Misericórdia divina deveria ser uma escrava às ordens de todas as paixões.
Todavia, o melhor remédio para determinadas baciloses é o bacilo-vacina.
Para muitas necessidades o socorro é, ainda, a necessidade em forma de aguilhão.
Deus nos ajuda, não como desejamos, mas consoante nossas reais necessidades.
Para certas feridas, o cautério com ferro em brasa é o melhor método curador...
Por que, então fazer do Nosso Pai ou da fé, nossos servos, transformando a justiça da Lei que nos conduz ao resgate, em preferencialismo para conosco, de maneira negativa e danosa?
Devem receber mais os que mais pedem ou aqueles que mais trabalham?
Abandona, portanto, objurgatórias e reclamações injustas, e serve.
Compromisso espiritista é ligação com deveres maiores.
Os Amigos Espirituais não te atenderão as comezinhas apelações, solucionando os problemas que deves resolver; no entanto, dar-te-ão, em colóquios sem palavras e estímulos sem nome, a harmonia que é o caminho da paz legítima e da felicidade real, longe de toda dor, agonia e morte, no formoso labor que se manifesta na luta de cada dia.
(De “Messe de Amor”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)