EXCESSOS E
FUGAS
Entre
os impositivos da evolução estabelecidos pelos Soberanos Códigos, merece
reflexão para a vivência o respeito pela vida, essencial ao equilíbrio e à
felicidade humana.
O respeito pela vida abrange o sentimento de alta consideração por tudo
quanto existe, não apenas detendo-se na pessoa, e sim em todas as expressões da
Natureza.
Quando não existe essa manifestação deperecem os valores éticos e todos
os anelos superiores perdem a significação.
Impulsionada pelos tormentos da conquista do sucesso aparente, a criatura
humana, sem dar-se conta possivelmente, vem-se descuidando dessa conquista
valiosa, que é dirigida, de início, ao próximo, e dele irradia-se para todas as
formas existentes, vivas ou não.
Permitindo-se o egoísmo avassalador, graças ao qual a ambição pelo
excesso descontrola os sentimentos de dignificação, impondo o seu interesse em
detrimento de todos os valores que dizem respeito aos demais.
A excessiva prerrogativa de direitos que se faculta, põe distância entre
os diversos membros que constituem a sociedade, separando-os lamentavelmente e
dividindo-os em classes medidas pelos recursos sociais, econômicos e nunca
morais.
O abismo, que se faz inevitável, gera reações de animosidade que se
converte em ódios insanos, abrindo campo para as batalhas da violência doméstica
e urbana, a desaguarem nas revoluções, nos atos de terrorismo e nas guerras
nefandas.
O excesso de tecnologia responsável pela comodidade e pelo conforto
exagerados para uns, com absoluta ausência para outros, fomenta o surgimento da
desconfiança e da perda do respeito que deve viger como preponderante em todos
os atos e relacionamentos.
A autopromoção e a fascinação por alcançar o topo nas diferentes
atividades, sem muito sacrifício, graças às propostas da Mídia desvairada, que
estimula a mentira, a dissimulação, a aparência, para que sejam logradas as
metas, congelam na indiferença os sentimentos nobres, empurrando os ambiciosos
para o desrespeito pelo seu irmão de caminhada, na torpe ilusão do triunfo
pessoal a qualquer preço.
Ninguém, no entanto, pode ser feliz individualmente no deserto por onde
deambula ou numa ilha isolada da convivência social.
Acredita-se, erradamente, que se possuindo dinheiro e desfrutando-se de
projeção política, social, com facilidade compra-se afeição, consegue-se
companheirismo... Talvez isso aconteça, mas não em relação à pessoa e sim aos
seus recursos transitórios, no que resultam mais solidão e desconforto interior,
que respondem pelo abuso do álcool, das drogas químicas, pela vilania emocional
e sexual a que muitos se entregam em fugas espetaculares e trágicas.
Livro:
Libertação Pelo Amor
Divaldo
Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis
LEAL – Livraria
Espírita Alvorada Editora