Sejamos Ricos em Jesus
Quem julga pelas aparências, quase sempre esbarra na areia móvel
das transformações repentinas a lhe solaparem o edifício das errôneas
conclusões.
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Existem criaturas altamente tituladas nas convenções do mundo, que
trazem consigo uma fonte viva de humildade no coração, enquanto que há mendigos,
de rosto desfigurado, que carreiam no íntimo a névoa espessa do orgulho a
empanar-lhes o entendimento.
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Há ricos que são maravilhosamente pobres de avareza e encontramos
pobres lamentavelmente ricos de sovinice.
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Somos defrontados, em toda a parte, por grandes almas que se fazem
humildes, a serviço do Senhor, na pessoa do próximo e, freqüentemente,
surpreendemos espíritos rasteiros envergando túnicas de vaidade e dominação.
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Jesus, louvando os `pobres de espírito', não tecia encômios à
ignorância, à incultura, à insipiência ou à nulidade, e sim exaltava os corações
simples que descobrem na vida, em qualquer ângulo da existência, um tesouro de
bênçãos, com o qual é possível o enriquecimento efetivo da alma para as alegrias
da elevação.
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"Pobres de espírito", na plataforma evangélica, significa
tão-somente "pobres de fatuidade, de pretensos destaques intelectuais, de
supostos cabedais da inteligência". É necessário nos acautelemos contra a
interpretação exagerada do texto, em suas expressões literais, para penetrarmos
o verdadeiro sentido da lição.
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A pobreza e a pequenez não existem na obra divina.
Constituem apenas posições transitórias criadas por nós mesmos, na
jornada evolutiva em que aprenderemos, pouco a pouco, sob o patrocínio da luta e
da experiência, que tudo é grande no Universo de Deus.
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Todos os seres, todas as tarefas e todas as cousas são peças
preciosas na estruturação da vida.
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Onde estiveres faze-te espontâneo para recolher a luz da
compreensão.
Alijemos os farrapos dourados da ilusão, que nos obscurecem a
alma, estabelecendo a necessária receptividade no coração, e entenderemos que
todos somos infinitamente ricos de oportunidades de trabalhar e servir, de
aprender e aperfeiçoar, infatigavelmente.
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O ouro será, muitas vezes, difícil provação e os cimos sociais na
Terra, quase sempre, são amargos purgatórios para a alma sensível, tanto quanto
a carência de recursos materiais é bendita escola de sofrimento, mas a
simplicidade e o amor fraterno, brilhando, por dentro de nosso espírito, em
qualquer situação no caminho da vida, são invariavelmente o nosso manancial de
alegrias sem fim.
XAVIER, Francisco Cândido. Dinheiro. Pelo Espírito Emmanuel. IDE. Capítulo 11.