Arrependimento e
Remorso
“Se tu és o Cristo, salva-te
a ti mesmo, e a nós outros.”- (Lucas, 23: 39)
Arrependimento e remorso, duas
palavras que se confundem, mas que expressam sentimentos opostos.
Enquanto o arrependimento leva
a atitudes positivas de renovação interior, o remorso gera atitudes negativas de
condenação a si próprio.
Se o arrependimento induz à
busca de mudança de atitudes e correção do próprio erro, o remorso cria na alma
sentimentos de revolta, de culpa, de amargura, de anular-se
interiormente.
Se o arrependimento leva a um
crescimento interior pela fé que o inspira, o remorso leva à negação de si
próprio pela falta de fé que lhe traria força e coragem para uma busca de
renovação.
Pelo arrependimento, o homem
aprende a não mais cometer o mesmo erro. Pelo remorso, ele se entrega a
situações de desespero, que podem levá-lo à depressão, à loucura ou até mesmo a
atentar contra a própria vida.
O arrependimento gera
satisfação na alma ao reconhecer em si mesmo as imperfeições de que todos os
seres humanos são suscetíveis, mas com a certeza de que poderá melhorar. Pelo
remorso, porém, o homem nada percebe além da sua própria dor.
Exemplos disso o foram
o bom e o mau ladrão do Evangelho, crucificados ao lado de Jesus. Enquanto o bom
ladrão, sinceramente arrependido pelos maus atos cometidos, revestia-se de
esperanças de ser perdoado e poder alcançar um lugar no paraíso ao lado do
Mestre, o mau ladrão, blasfemando, remoia-se interiormente, pelo remorso de não
ter conseguido se salvar, e não mais poder continuar nos seus
desatinos.
Assim sendo, filho meu,
quando cometeres alguma falta, mesmo que involuntariamente, procura agir com
arrependimento, como aquele que, confiando no perdão divino, procurou renovar-se
com Jesus, na certeza de que com Ele haveria de estar.
Irmã Maria
do Rosário – médium: Lucia Cominatto