PERDOAR E COMPREENDER
Muita gente
perdoa, no entanto, não compreende, e muita gente compreende, todavia, não
perdoa.
Muitos
companheiros se alheiam às ofensas recebidas, procurando esquecê-las, mas querem
distância daqueles que as formulam, sem lhes entender as dificuldades, e outros
muitos compreendem aqueles que os molestam, entretanto, não lhes desculpam os
gestos menos felizes.
Perdoar e
compreender, porém, são complementos do amor e impositivos do aceitar os nossos
companheiros da humanidade, tais quais são.
Reflitamos
nisso, reconhecendo que o entendimento e a tolerância que os outros solicitam de
nós são a tolerância e o entendimento de que nós necessitamos
deles.
É possível que
nos haja ferido e igualmente possível tenhamos ferido a outrem. Alguém terá
errado contra nós e teremos decerto errado contra
alguém.
Pondera isso e
compadece-te de todos os ofensores.
Quem te
prejudica talvez age sob compulsiva da necessidade; quem te menospreze,
possivelmente sofre a influência de transitórios enganos; aquele que te esquece
com aparente descaso estará enfermo da memória, e aquele outro ainda que te
golpeie evidentemente procede sob a hipnose da
obsessão.
Nunca te
revoltes, nem desanimes.
Faze o bem,
olvidando o mal.
Desculpemos
quaisquer faltas, compreendendo os autores delas e compreendamos os nossos
irmãos em falta, desculpando a todos eles.
O amparo
espiritual que doemos agora, a favor de alguém, será o amparo espiritual de que
precisaremos todos da parte de outro alguém.
Quando Jesus nos
adverte: “Perdoa setenta vezes sete a teu irmão”, claramente espera venhamos a
compreender outras tantas.
Emmanuel / Chico
Xavier – “Rumo Certo” - 56