Francisco
Cândido Xavier / Emmanuel
Religião dos
Espíritos
28
Desce elevando
Reunião pública de
20/4/59
Questão nº 1.018
Questão nº 1.018
Desce, elevando aqueles que
te comungam a convivência, para que a vida em torno suba igualmente de nível.
Se sabes, não firas o ignorante.
Oferece-lhe apoio para que se liberte da sombra.
Se podes, não oprimas o
fraco. Ajuda-o, de alguma sorte, a fortalecer-se, para que se faça mais útil.
Se entesouraste a virtude,
não humilhes o companheiro que o vicio ensandece. Estende-lhe a bênção do amor
como adequada medicação.
Se te sentes correto, não
censures o irmão transviado em desajustes do espírito. Dá-lhe o braço fraterno
para que se renove.
Se ajudas, não recrimines
quem te recebe o socorro. Pão amaldiçoado é veneno na boca.
Se ensinas, não flageles quem
te recebe a lição. Benefício com açoite é mel em taça candente.
Auxilia em silêncio para que
o teu amparo não se converta em tributo espinhoso na sensibilidade daqueles que
te recolhem a dádiva, porque toda caridade a exibir-se no palanque das
conveniências do mundo é sempre vaidade, em forma de serpe no coração, e toda
modéstia que pede o apreço dos outros, para exprimir-se, é sempre orgulho em
forma de lodo nos escaninhos da alma.
Nesse sentido, não te
esqueças do Mestre que desceu até nós, revelando-nos como sublimar a
existência.
Anjo entre os anjos, faz-se
pobre criança necessitada do arrimo de singelos pastores; sábio entre os
sábios, transforma-se em amigo anônimo de pescadores humildes, comungando-lhes
a linguagem; instrutor entre os instrutores, detém-se, bondoso, entre enfermos
e aflitos, crianças e mendigos abandonados, para abraçar-lhes a luta e, juiz
dos juízes, não se revolta por sofrer no tumulto da praça o iníquo julgamento
do povo que o prefere a Barrabás, para os tormentos imerecidos.
Todavia, por descer, elevando
quantos lhe não podiam compreender a refulgência da altura, é que se fez o
caminho de nossa ascensão espiritual, a verdade de nosso gradativo
aprimoramento e a vida de nossas vidas, a erguer-nos a alma entenebrecida no
erro, para a vitória da luz.