quinta-feira, 8 de março de 2012

Mortos


MORTOS
Vós que guardais dos mortos a lembrança,
Sois, também, nos espaços, recordados,
Nos eternos caminhos aureolados
Pelos clarões da bem-aventurança.
No país da verdade e da bonança
Nós ouvimos as súplicas e os brados
De pobres corações despedaçados,
No cadinho da mágoa ou da esperança;
Das vibrações ignotas das esferas,
Nós, que fomos os homens de outras eras,
Queremos mitigar a vossa dor.
Sois os mortos nos círculos da vida,
Nos sepulcros de carne apodrecida,
Desejosos de paz, de luz, de amor.
João de Deus
(1830-1896)
Poeta português. Diz Mendes dos Remédios: “É um lírico inimitável e o mais espontâneo e genial burilador da poesia portuguesa. Nunca ninguém teve a arte de dizer coisas mais belas em frases tão simples.”
Obras: Flores do CampoRamo de FloresFolhas SoltasCartilha Maternal - e outras
Livro: Lira Imortal
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos
LAKE – Livraria Allan Kardec Editora