PERANTE O
DINHEIRO
Não
condenes o dinheiro que te incentiva os passos na
evolução.
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Qual acontece à eletricidade ou à força
explosiva, o ouro não é bom nem mau em si mesmo, dependendo os seus efeitos da
aplicação que lhe conferimos.
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Com o homem e com o dinheiro, o Senhor
levanta a civilização às culminâncias da luz, mas o homem, às vezes, com
desenfreada ambição senhoreia o dinheiro que é fazenda do Senhor e estende o
calamitoso poder da sombra, através das guerras
que lhe flagelam a vida.
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Com o homem e com o dinheiro, o Senhor
conduz as nações ao santuário da ciência, emprestando-lhes os talentos da
cultura e da arte, mas o homem, geralmente mestre da vaidade, domina o dinheiro
que é patrimônio do Senhor e enlameia o caminho da comunidade com as trevas do
desequilíbrio e da insensatez.
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Com o homem e com o dinheiro constrói o
Senhor para a Humanidade, o refúgio doméstico, mas, em muitos lances da vida, o
homem com o egoísmo absorve o dinheiro que é propriedade do Senhor e converte o
lar em trincheira de ominosas paixões que extravasam em fogueiras de perturbação
e ódio.
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Com o homem e com o dinheiro ergue o
Senhor o templo da justiça, na Terra, mas o homem, com maldade calculada,
aprisiona o dinheiro que pertence ao Senhor e com ele fabrica o fel da
venalidade com que aniquila a existência dos semelhantes.
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Não há maldição no ouro da Terra que é
sangue do trabalho e baluarte do progresso, no aperfeiçoamento do mundo, mas sim
em nós mesmos quando nos algemamos ao desregramento da ignorância e da
delinquência, escravizando-o à nossa inferioridade e às nossas paixões, para
adubar com ele as raízes do mal.
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Grande serás no mundo, repartindo as
sobras da mesa e os recursos da bolsa, em favor daqueles que te partilham a
marcha humana, no entanto, serás bem-aventurado pela palavra consoladora com que
operes a ressurreição das esperanças semimortas.
(De
“Nós”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito
Emmanuel)