Francisco
Cândido Xavier / Emmanuel
Religião dos
Espíritos
15
Renascimento
Reunião pública de
2/3/59
Questão nº 169
Questão nº 169
Não aguardes o lance da morte
para atender, em ti mesmo, à grande renovação.
Se a chama de tuas esperanças
mais caras surge agora reduzida a pó e cinza, aproveita os resíduos dos sonhos
mortos por adubo à nova sementeira de fé e caminha para diante, sem descrer da
felicidade.
Muitos desertam do quadro
escabroso em que o Céu lhes permite a quitação com as Leis Divinas,
deitando-lhe insultos, como se se retirassem de província infernal, mas
voltarão a ele, em momento oportuno, com lágrimas de tardio arrependimento,
para reajustar suas disposições, quando poupariam larga quota de tempo se lhe
buscassem compreender as lições ocultas.
Outros muitos fogem de entes
amados, reprochando-lhes a conduta e anatematizando-lhes a existência, qual se
se ausentassem de desapiedados verdugos; no entanto, voltarão, igualmente mais
tarde, a tributar-lhes paciência e carinho, a fim de curar-lhes as chagas de ignorância
e ajudá-los no pagamento de débitos escabrosos, entendendo, por fim, que teriam
adquirido enorme tesouro de experiência se lhes houvessem doado apoio e
entendimento, perdão e auxílio justo, no instante difícil em que se mostravam
desmemoriados e inconscientes.
Não deixes, assim, para
amanhã o trabalho bendito da caridade que te pede ação ainda hoje.
O caminho de angústia e a mão
do insensato despontam do pretérito, cujas dívidas precisamos solver.
Desse modo, se te não é
lícito possuir esse ou aquele patrimônio que te parece adequado à realização do
mais alto ideal, faze da tela escura em que estagias a escola da própria
sublimação e, se não podes receber, em determinada condição, a alma que amas no
mundo, consagra-lhe mesmo assim o melhor de teu culto, estendendo-lhe a bondade
silenciosa, na bênção da simpatia.
Não encomendes, pois,
embaraços e aversões à loja do futuro, porque, a favor de nossa própria
renovação, concede-nos o Senhor, cada manhã, o Sol renascente de cada dia.