Se você guarda ressentimento, sem dúvida cultiva cogumelos
venenosos na área reservada para a sementeira da jovialidade, de que se deve
enriquecer, a fim de adquirir paz.
As ocorrências desagradáveis devem ser superadas com legítimo
esquecimento do mal que produziram.
O aprumo da honra pode ser examinado pelo fio de prumo da
consciência correta.
Ninguém, na Terra, consegue eximir-se às lides e batalhas do
passado pessoal, ressumando sempre através dos choques vibratórios com aqueles
que são simpáticos ou antipáticos, amigos ou desafetos.
Em decorrência, as paixões opinativas sempre ateiam incêndios
de cólera de umas pessoas contra outras ou lenificam os espíritos de uns ao lado
dos outros.
Impossível passar incólume entre os homens, sem sofrer-lhe as
condições evolutivas.
Situado no palco das disputas e ferido pelos disparates ou pela
impiedade circunjacente, ascenda e paire acima do ambiente, desculpando
realmente os que o ferem.
Conservar rancor, aguardando o momento do desforço, é como
cravar espinhos no sentimento, que não consegue esquecer o mal, em face da
ferida sempre aberta, a drenar desagradavelmente.
O perdão, para ter função terapêutica em quem o doa, necessita
caracterizar-se pela total liberação do ressentimento.
Esse inimigo perigoso, o ressentimento, tem sido morbo
pestilento a contaminar os homens que lhe dão agasalho, degenerando,
invariavelmente, em epidemias morais lamentáveis.
Não lhe permita a fermentação nos escaninhos do raciocínio que
investiga o porquê do mal com que o haja alguém afetado, nem lhe enseje fazer-se
sombra perturbante nos clichês mentais, encarregados da evocação do fato.
Ato de coragem é envidar esforços por vencer o mal e dele
libertar-se.
Quem se atribui força, porque fomenta mágoa ou ressentimento,
não passa de enfermo que se engana, mediante o processo de transferência
psicológica da fraqueza em resistência inexistente, que se desenvolve na
covardia.
A presença da aflição de qualquer procedência constitui uma
avaliação das conquistas morais, que dará o valor e a situação real daquele que
lhe recebe o convite à reflexão e ao amadurecimento espiritual.
Nunca revide, a pretexto de defesa, usando a arma do agressor,
nem se envenene com o ressentimento ante a impossibilidade de desforçar-se.
O homem que agride, amaldiçoa, prossegue, recrimina, calunia,
mente a si mesmo e se ilude, porquanto em pleno processo de desarranjo moral e
emocional, adentra-se pelos dédalos sombrios da loucura de largo porte,
irreversível.
Não os infelicite mais, desferindo dardos mentais venenosos
contra eles, os que se fizeram seus inimigos, nem tampouco se envenene com o
tóxico que eles destilaram na sua direção. Se você revidar com o mal, o objetivo
deles terá sido alcançado e na inclinada da sua queda você tombará na direção
deles, caindo, talvez, em mais fundo abismo do que aquele em que eles já fossam.
Aprenda com Jesus a descer para ajudar... Assim fazendo, sua
descida será sempre uma eloquente forma de subir.
Não se ressinta nunca ante a provocação da ignorância,
abrindo-se à sabedoria do amor que é legítima e nobre manifestação de Deus
dirigida a você por misericórdia de acréscimo.