Francisco
Cândido Xavier / Emmanuel
Religião dos
Espíritos
3
Tentação e remédio
Reunião pública de
12/1/59
Questão nº 712
Questão nº 712
Qual acontece com a árvore, a
equilibrar-se sobre as próprias raízes, guardamos o coração na tela do
presente, respirando o influxo do passado.
É assim que o problema da
tentação, antes que nascido de objetos ou paisagens exteriores, surge fundamentalmente
de nós – na trama de sombra em que se nos enovelam os pensamentos...
Acresce, ainda, que essas
mesmas ondas de força experimentam a atuação dos amigos desenfaixados da carne
que deixamos a distância da esfera física, motivo por que, muitas vezes, os
debuxos mentais que nos incomodam levemente, de início, no campo dessa ou
daquela idéia infeliz, gradualmente se fazem quadros enormes e inquietantes em
que se nos aprisionam os sentimentos, que passam, muita vez, ao domínio da
obsessão manifesta.
Todavia, é preciso lembrar
que a vida é permanente renovação propelindo-nos a entender que o cultivo da
bondade incessante é o recurso eficaz contra o assédio de toda influência
perniciosa.
É o trabalho, por essa forma,
o antídoto adequado, capaz de anular toda enquistação tóxica do mundo íntimo,
impulsionando-nos o espírito a novos tipos de sugestão, nos quais venhamos a
assimilar o socorro dos Emissários da Luz, cujos braços de amor nos arrebatam
ao nevoeiro dos próprios enganos.
Assim, pois, se aspiras à
vitória sobre o visco da treva que nos arrasta para os despenhadeiros da loucura
ou do crime, ergue no serviço à felicidade dos semelhantes o altar dos teus
interesses de cada dia, porquanto, ainda mesmo o delinqüente confesso, em se
decidindo a ser o apoio do bem na Terra, transforma-se, pouco a pouco, em
mensageiro do Céu.