Francisco
Cândido Xavier / Emmanuel
Religião dos
Espíritos
39
Amanhã
Reunião pública de
19/6/59
Questão nº 166
Questão nº 166
Muitas vezes por semana
repetimos a palavra “amanhã”.
Costumamos dizer “amanhã”
para o vizinho que nos pede cooperação e consolo.
Habitualmente relegamos para
amanhã toda tarefa espinhosa.
Sempre que surge a
dificuldade, pedindo maior esforço, apelamos para amanhã.
Sem dúvida, o “amanhã”
constitui luminosa esperança, com a renovação do Sol no caminho, mas também
representa o serviço que deixamos de realizar.
É da lei que a conta durma
com o devedor, acordando com ele no dia seguinte.
No instituto da reencarnação,
desse modo, transportamos conosco, seja onde for, as oportunidades do presente
e os débitos do passado.
É assim que os ricos de hoje,
enquistados na avareza e no egoísmo, voltarão amanhã no martírio obscuro dos
pobres, para conhecerem, de perto, as garras do infortúnio e as duras lições da
necessidade; e os pobres, envenenados de inveja e ódio, retornarão no conforto
dos ricos, a fim de saberem quanto custam a tentação e a responsabilidade de
possuir; titulados distintos do mundo, quais sejam os magistrados e os médicos,
quando menosprezam as concessões com que o Senhor lhes galardoa o campo da
inteligência, delas fazendo instrumento de escárnio às lutas do próximo,
ressurgirão no banco dos réus e no leito dos nosocômios, de modo a
experimentarem os problemas e as angústias do povo; filhos indiferentes e
ingratos tornarão como servos apagados e humildes no lar que enlameiam, e pais
insensatos e desumanos regressarão no tronco doméstico, recolhendo nos
descendentes os frutos amargos da criminalidade e do vício que cultivaram com
as próprias mãos; mulheres enobrecidas que fogem ao ministério familiar,
provocando o aborto delituoso pela fome de prazer, reaparecerão enfermas e
estéreis, tanto quanto homens válidos e robustos, que envilecem a vida no abuso
das forças respeitáveis da natureza, ressurgirão na ribalta do mundo,
carregando no próprio corpo o desequilíbrio e a moléstia que adquiriram, invigilantes.
Não te esqueças, portanto, de
que o bem é o crédito infalível no livro da eternidade, e recorda que o
“depois” será sempre a resultante do “agora”.
Todo dia é tempo de renovar o
destino.
Todo instante é recurso de
começar o melhor.
Não deixes, assim, para
amanhã o bem que possas fazer.
Faze-o hoje.