Francisco
Cândido Xavier / Emmanuel
Religião dos
Espíritos
35
Mensageiros divinos
Reunião pública de
18/5/59
Questão nº 501
Questão nº 501
Ser-nos-á sempre fácil
discernir a presença dos mensageiros divinos ao nosso lado, pela rota do bem a
que nos induzam.
Ainda mesmo que tragam
consigo o fulgor solar da Vida Celeste, sabem acomodar-se ao nosso singelo
degrau nas lides da evolução, ensinando-nos o caminho da Esfera Superior. E
ainda mesmo se alteiem a culminâncias sublimes na ciência do Universo, ocultam
a própria grandeza para guiar-nos no justo aproveitamento das possibilidades em
nossas mãos.
Sem ferir-nos de leve, fazem
luz em nossas almas, a fim de que vejamos as chagas de nossas deficiências, de
modo a que venhamos saná-las na luta do esforço próprio.
Nunca se prevalecem da
verdade para esmagar-nos em nossa condição de espíritos devedores, usando-a simplesmente
como remédio dosado para enfermos, para que nos ergamos ao nível da redenção, e
nem se valem da virtude que adquiriram para condenar as nossas fraquezas, empregando-a
tão-só na paciência incomensurável em nosso favor, de modo a que a tolerância
nos não desampare à frente daqueles que sofrem dificuldades de entendimento maiores
que as nossas.
Se nos encontram batidos e
lacerados, jamais nos aconselham qualquer desforço ou lamentação e, sim,
ajudam-nos a esquecer a crueldade e a violência, com força bastante para não
cairmos na posição de quem nos insulta ou injuria, e, se nos surpreendem
caluniados ou perseguidos, não nos inclinam à revolta ou ao desânimo, mas
recompõem as nossas energias desconjuntadas, sustentando-nos na humildade e no
serviço com que possamos reajustar o pensamento de quem nos apedreja ou difama.
Erigem-se na estrada por
invisível apoio aos nossos desfalecimentos humanos e aclaram-nos a fé na
travessia das dores que fizemos por merecer.
São rosas no espinheiral de
nossas imperfeições, perfumando-nos a agressividade com o bálsamo da indulgência,
e estrelas que brilham na noite de nossas faltas, acenando-nos com a confiança
no esplendor da alvorada nova, para que não chafurdemos o coração no lodo
espesso do crime.
E, sobretudo, diante de toda
ofensa, levantam-nos a fronte para o Justo dos justos que expirou no madeiro,
por resistir ao mal em suprema renúncia, entre a glória do amor e a bênção do
perdão.