Francisco
Cândido Xavier / Emmanuel
Religião dos
Espíritos
25
Muito e pouco
Reunião pública de
10/4/59
Questão nº 716
Questão nº 716
É na bênção do “pouco” que
rasgas, de imediato, a senda ideal para o sol da alegria.
Enquanto o “muito” é
constrangido a sopesar responsabilidades maiores, no campo dos compromissos que
envolvem o bem geral, podes, com o fruto do teu trabalho, semear a divina felicidade
que nasce do coração.
Dentro do “pouco” que te
limita a existência, atenderás, desse modo, às necessidades que, hoje, aparentemente
sem expressão, quais sementes desvaliosas, serão, de futuro, verdadeiras messes
de talentos celestiais.
É assim que solucionarás
modestas despesas de conteúdo sublime, quais sejam:
O copo de leite para a criança
necessitada...
A sopa eventual para os que passam
sem rumo...
O remédio para o doente
esquecido...
O socorro fraterno às mães caídas
em abandono...
O agasalho singelo aos hóspedes da
calçada...
O prato adequado ao enfermo
difícil...
O colchão que alivie o paralítico
em sombra...
A lembrança espontânea que ampara o
menino triste...
O concurso silencioso, conquanto
humilde, em favor do amigo hospitalizado...
O serviço discreto às casas
beneficentes...
O livro renovador ao companheiro em
desânimo...
A gentileza para com o vizinho
enjaulado na provação...
A cooperação indiscriminada a esse
ou àquele setor de luta...
Não esperes, portanto, que a
vida te imponha uma cruz de ouro para ajudar e servir.
Lembra-te de que os chamados
ricos, por se encarcerarem nas algemas do “muito”, nem sempre podem auxiliar,
sem delongas, presas que são de suspeitas atrozes, na defensiva dos patrimônios
que foram chamados a manobrar, na extensão do progresso...
Ora por eles, ao invés de
reprochar-lhes a hesitação e a conduta, porquanto, se tens amor, sairás de ti mesmo
com o “pouco” abençoado que o Senhor te confia e, de pronto, obedecerás ao próprio
Senhor, espalhando, em Seu nome, a força da paz e o benefício da luz.