Francisco
Cândido Xavier / Emmanuel
Religião dos
Espíritos
24
Reencarnação
Reunião pública de
6/4/59
Questão nº 617
Questão nº 617
Reencarnação nem sempre é
sucesso expiatório, como nem toda luta no campo físico expressa punição.
Suor na oficina é acesso à
competência.
Esforço na escola é aquisição
de cultura.
Porque alguém se consagre
hoje à Medicina, não quer isso dizer que haja ontem semeado moléstias e sofrimentos.
Muitas vezes, o Espírito,
para senhorear o domínio das ciências que tratam do corpo, voluntariamente lhes
busca o trato difícil, no rumo de mais elevada ascensão.
Porque um homem se dedique
presentemente às atividades da engenharia, não exprime semelhante escolha essa
ou aquela dívida do passado na destruição dos recursos da Terra.
Em muitas ocasiões, o Espírito
elege esse gênero de trabalho, tentando crescer no conhecimento das leis que
regem o plano material, em marcha para mais altos postos na Vida Superior.
Entretanto, se o médico ou o
engenheiro sofrem golpes mortais no exercício da profissão a que se devotam,
decerto nela possuem serviço reparador que é preciso atender na pauta das corrigendas
necessárias e justas.
Toda restauração exige
dificuldades equivalentes. Todo valor evolutivo reclama serviço próprio.
Nada existe sem preço.
Por esse motivo, se as
paixões gritam jungidas aos flagelos que lhes extinguem a sombra, as tarefas
sublimes fulgem ligadas às renunciações que lhes acendem a luz.
À vista disso, não te
habitues a medir as dores alheias pelo critério de expiação, porque, quase
sempre, almas heróicas que suportam o fogo constante das grandes dores morais,
no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem
excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança de Deus.
Recorda que, se fosses
arrebatado ao Céu, não tolerarias o gozo estanque, sabendo que os teus filhos
se agitam no torvelinho infernal. De imediato, solicitarias a descida aos
tormentos da treva para ajudá-los na travessia da angústia...
Lembra-te disso e
compreenderás, por fim, a grandeza do Cristo que, sem débito algum,
condicionou-se às nossas deficiências, aceitando, para ajudar-nos, a cruz dos
ladrões, para que todos consigamos, na glória de seu amor, soerguer-nos da
morte no erro à bênção da Vida Eterna.