Francisco
Cândido Xavier / Emmanuel
Religião dos
Espíritos
33
Oração e provação
Reunião pública de
11/5/59
Questão nº 663
Questão nº 663
A oração não suprime, de
imediato, os quadros da provação, mas renova-nos o espírito, a fim de que
venhamos a sublimá-los ou removê-los.
Repara o caminho que a névoa
amortalha, quando a noite escura te distancia do Sol.
Em cima, nuvens extensas
furtam-te aos olhos o painel das estrelas e, em baixo, espinheiros e
precipícios ameaçam-te os pés.
Debalde, consultarás a
bússola que a treva densa embacia.
Se avanças, é possível te
arrojes na lama de covas escancaradas; se paras, é provável padeças o assalto
de traiçoeiros animais...
Faze, porém, pequenina luz, e
tudo se modifica.
O charco não perde a feição
de pântano e a pedra mantém-se por desafio que te adverte na estrada;
entretanto, podendo ver, surgirás, transformado e seguro, para seguir à frente,
vencendo as armadilhas da sombra e as aperturas da marcha.
Assim, também, é a oração nos
trilhos da experiência.
Quando a dor te entenebrece
os horizontes da alma, subtraindo-te a serenidade e a alegria, tudo parece
escuridão envolvente e derrota irremediável, induzindo-te ao desânimo e
insuflando-te o desespero; todavia, se acendes no coração leve flama da prece,
fios imponderáveis de confiança ligam-te o ser à Providência Divina.
Exteriormente, em torno, o
sofrimento não se desfaz da catadura sombria; a morte, ainda e sempre, é o véu
de dolorosa separação; a prova é o mesmo teste inquietante e o golpe da
expiação continua sendo a luta difícil e inevitável, mas estarás, em ti
próprio, plenamente refeito, no imo das próprias forças, com a visão espiritual
iluminada por dentro, a fim de que compreendas, acima das tuas dores, o plano
sábio da vida, que te ergue dos labirintos do mundo à bênção do amor de Deus.