LIVRO
DA ESPERANÇA
EMMANUEL/FRANCISCO
CANDIDO XAVIER
47-
PROPRIEDADES
“Porque
onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”
Jesus - Mateus, 6: 21.
“O
homem só possuí em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo.” -
Cap. 16; 9.
Em
tudo o que se refira à propriedade, enumera, acima de tudo, aquelas que
partilhas, por dons inexprimíveis da Infinita Bondade, e que, por se haverem
incorporado tranqüilamente ao teu modo de ser, quase sempre delas não fazes
conta.
Diariamente,
recolhes, com absoluta indiferença, as cintilações da coroa solar a se
derramarem, por forças divinas, no regaço da terra, transfigurando-se em calor e
pão, no entanto, basta pequeno rebanho de nuvens na atmosfera para que te
revoltes contra o frio.
Dispões
das águas circulantes que, em mananciais e poços, rios e chuvas, te felicitam a
existência, sem que te lembres disso, e, ante o breve empecilho do encanamento
no recinto doméstico, entregas-te sem defesa a pensamentos de irritação.
Flores
aos milhares, na estrada e no campo, convidam-te a meditar na grandeza da
Inteligência Divina, conversando contigo pelo idioma particular do perfume e, em
muitas circunstâncias, não hesitas esfacelá-las sob os pés, deitando reclamações
se pequenino seixo te penetra o sapato.
Correntes
aéreas trazem de longe princípios nutrientes, sustentando-te a vida e lhes
consomes as energias, à feição da criança que se rejubila inconsciente e feliz
no seio materno e se o vento agita leve camada de pó, costumas acusar desagrado
e intemperança. Possuis no corpo todo um castelo de faculdades prodigiosas que
te enseja pelas ogivas dos sentidos a contemplação e a análise do Universo,
permitindo-te ver e ouvir, falar e orientar, aprender e discernir, sem que lhe
percebas, do pronto, o ilimitado valor, e dificilmente deixas de clamar contra
os excedentes que assinalas no caminho dos semelhantes, sem refletir nos
aborrecimentos e nas provas que a posse efêmera disso ou daquilo lhes acarreta à
existência.
Não
invejes a propriedade transitória dos outros. Ignoras porque motivo a fortuna
amoedada lhes aumenta a responsabilidade e requeima a cabeça.
Sobretudo,
nunca relaciones a ausência do supérfluo. Considera os talentos imperecíveis que
já reténs na intimidade da própria alma e lembra-te de que transportas nos
coração e nas mãos os recursos inefáveis de estender, infinitamente, os tesouros
do trabalho e as riquezas do amor.
Doris
Day
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