sexta-feira, 29 de junho de 2012

Continuação do Trabalho de Kardec

CONTINUAÇÃO DO TRABALHO DE KARDECLuiz Felipe Perronehttp://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/continuacao-do-trabalho.html
 
Caros amigos,
 
Há quase 8 anos atrás resolvi abraçar a Doutrina Espírita depois de um bom período como ovelha perdida do rebanho Católico. Por um bom tempo, principalmente enquanto morava no Brasil, procurei me interar da doutrina através da leitura da codificação kardeciana, de livros de Emmanuel e André Luiz entre outros autores e de palestras no centro espírita e de discussões com pessoas que já a estudavam por mais tempo.
 
Talvez por falta de interação com outros companheiros que seguem por esse mesmo caminho, depois de alguns anos nos Estados Unidos da América, muitas questões sem respostas obvias começaram a surgir em minha mente. Fico feliz de poder contar pelo menos com o nosso Boletim do GEAE onde posso continuar meu aprendizado através das discussões levantadas pelos amigos.
 
Tenho que confessar, porem, que tenho certas perguntas que gostaria de trazer ao nosso fórum e que gostaria de poder discuti-las com o passar do tempo. Estou passando por uma fase de questionamento profundo que acredito ser essencial no entendimento aprofundado da doutrina e ficaria feliz de poder obter suas impressões e comentários sobre estas.
 
Tenho observado que existem diversas facções no movimento espírita internacional: algumas são mais conservadoras e se apegam fortemente nos escritos de Kardec, outras são mais liberais. Dado a minha formação diretamente cientifica, venho a perguntar a todos se existe alguma continuação do trabalho de Kardec no mesmo caráter e rigor com que este realizou a compilação que tomamos por base em nossa crença.
 
Me parece que desde o final do século 19, o espiritismo tem avançado por esforços quase isolados de pensadores e médiuns sem que exista algum trabalho de correlação dessas fontes segundo método cientifico. Quando ouço comentários que procuram realçar o fato de que a essência do espiritismo abrange ciência, filosofia e religião não posso deixar de pensar que em meu limitado contacto com o movimento espírita observei vários pontos que tive que adotar quase como dogmas de fé. Certos fatos relatados em volumes de literatura como, por exemplo, livros de André Luiz são, para mim, mais difíceis de aceitar porque foram obtidos através de um só médium e um só espírito. Será que estou sendo muito cético ou talvez extremizando a idéia de que a fé só é realmente sólida quando sobrevive o confronto direto com a razão ? Não tenho idéia de como outras pessoas experimentam o aprendizado espírita: será que todos passam por momentos de questionamento minucioso dos novos fatos que encontram na doutrina?
 
A leitura dos escritos de Kardec, que considero as perolas mais preciosas produzidas até hoje na literatura espírita, me deixa a impressão de que não só como em nos espíritos imortais, a doutrina deveria evoluir continuamente e não somente através de informações vindas diretamente do plano espiritual, mas do esforço e dedicação comuns de homens da ciência, da filosofia e da religião.
 
No centro espírita que freqüentava no Brasil, ouvi de amigos e palestrantes que o plano espiritual teria feito vários esforços através da historia para instruir os homens na verdade universal e que as informações recebidas teriam muitas vezes sofridos severas distorções por imperfeições dos receptores. Este fato explicaria ao mesmo tempo a diversidade de religiões que surgiram através dos tempos e o núcleo básico que a maioria delas compartilha. Isto me levou a crer que da mesma forma que esses esforços foram imperfeitos ou incompletos a nossa doutrina deveria ter quase como obrigação um trabalho metódico de aperfeiçoamento e crescimento porque existe a possibilidade de não ter sido perfeita e completamente desenvolvida. Acredito fortemente que este trabalho esteja em andamento e gostaria de obter referencias para alguma bibliografia que conheçam e possam recomendar. Acredito também que o plano espiritual, que no esforço conjunto com Kardec nos passou a base doutrinaria, não nos tenha entregue todas as lições por não querer estimular a nossa preguiça intelectual na busca das verdades do universo e que cabe a nos o trabalho conjunto para seu desenvolvimento, agitando até mesmo as bases mais sólidas para que não sofram de estagnação.
 
Este raciocínio me tem sido útil quando passo a duvidar que seja realmente espírita por levantar tantas duvidas e questões sobre pontos da doutrina. Minha idéia pessoal de espiritismo é de que devemos manter a mente aberta e pronta para incorporar e aceitar criteriosamente `a nossa doutrina novos fatos e idéias que vão surgindo a medida que as diversas ciências, filosofias e religiões evoluem; as idéias trazidas do plano espiritual e material deverão convergir em algum ponto e não seria prudente nos basearmos somente em um dos lados da moeda.
 
Espero poder contar com seus comentários e impressões sobre o assunto.
 
Abraços,
 
Luiz Felipe Perrone, (EUA)

(Retirado do Boletim GEAE Número 269 de 02 de dezembro de 1997)
 
RESPOSTA:

COMENTÁRIOS AOS BOLETINS 269 E 270Afonso Fioravante
 
(Referindo-se aos textos:
CONTINUAÇÃO DO TRABALHO DE KARDEC 
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/continuacao-do-trabalho.html

 
Perguntou-lhe Pilatos: que é a verdade?(João - 18:38)
 
Em primeiro lugar, gostaríamos de lembrar a principal missão da doutrina espírita: "A TRANSFORMAÇÃO MORAL DA HUMANIDADE".
 
Em segundo, a definição do Verdadeiro Espírita: "AQUELE QUE ESTA EMPREENDENDO ESFORÇOS PARA DOMINAR SUA MAS INCLINAÇÕES E ESTA SE TRANSFORMANDO MORALMENTE".
 
Em terceiro lugar, as três fases do Espírita:
a. Quando ENTRAMOS para a Doutrina: quase sem convicção sobre seus postulados, duvidando as vezes ate da existência dos espíritos. Isto e natural em uma doutrina não dogmática.
 
b. Quando a Doutrina ENTRA em nos: fase de convicção, obtida ao longo do tempo, dependendo da evolução espiritual da pessoa, de sua bagagem de conhecimentos espirituais. Espíritos com mais vivencia, rapidamente assimilam os conhecimentos, as vezes de forma muito natural, tal qual ocorreu com Bezerra de Menezes. Estas condições vem através de analises, observações, estudos, experiências próprias e de outros, etc. E a pratica da FÉ RACIOCINADA.
 
c. Quando a Doutrina SAI de nos: caracterizada pela pratica, pelo testemunho pessoal dos princípios Cristãos ensinados pelo Espiritismo (que possui a mesma Moral do Cristo). Quando praticamos o verdadeiro AMOR AO PRÓXIMO.
Com relação as duvidas dos nossos irmãos nos boletins 269 e 270, consideramos:
 
1. A Doutrina Espírita nada impõe, visto ela não ser DOGMÁTICA. E natural termos a liberdade e o direito de discordar, buscar a "Verdade", através da lógica e da razão, sem contudo não perder a oportunidade de ter em mãos uma perola e deixar escapá-la por ainda termos uma visão restrita de sua grandeza.
 
2. O Espiritismo forma um corpo de doutrina de tamanha complexidade, abrangendo todas as áreas do conhecimento humano, que levaremos ainda alguns séculos para compreendê-la. E natural que existam pontos obscuros, mal explicados e mal entendidos.
 
3. Não devemos desconsiderar toda uma estrutura gigantesca, apenas pela existência destes pontos isolados. Uma visão mais ampla, mais genérica, no momento e mais útil para nos, do que a fixação em apenas uma parte. Ate a Teoria da Relatividade tem sido constantemente reavaliada e questionada. E assim que evoluímos.
 
4. As informações recebidas do mundo espiritual, situado em uma dimensão diferente da nossa, passam pelo complexo PROCESSO MEDIÚNICO, envolvendo três elementos: EMISSOR - TRANSMISSOR - RECEPTOR. Durante este processo, ocorrem ruídos, distorções, levando-nos a avaliar com cautela as informações. De uma forma geral, e importante avaliar qual o objetivo da mensagem, que sentimentos ela ira despertar. Onde começa e termina o pensamento do espírito comunicante e o do Médium ? E difícil saber, o que não invalida o processo, se tivermos a devida experiência e cautela para analisar o conteúdo.
 
5. O espírito André Luiz atuou como um repórter do mundo espiritual, enviando informações sob a ótica de seus conhecimentos. Sugerimos a leitura das introduções de seus livros, escritas por Emmanuel, que já previa duvidas quando ao conteúdo (vide historia do peixinho vermelho).

O fato de ter sido escrito por um só espírito e só um médium é natural, pois não se trata de literatura única, informações exclusivas, existindo outras publicadas de autores os mais diversos no mundo. A serie André Luiz e mais um complemento no esforço da espiritualidade em nos informar e ajudar em nossa evolução.
 
6. Quanto a questão da cidade de Nazaré:
 
O irmão Carlos Rodrigues cita o livro de H. Spencer. Este autor afirma que Jesus foi um essênio e fruto do trabalho e educação essênia. Sem esta iniciação ele não teria alcançado o estagio que esta.

Consideramos absurda esta afirmação, visto entendermos que Jesus, já tendo atingido a perfeição, antes da formação do mundo, ao invés de ter sido ensinado, ele ensinou aos essênios, cuja doutrina estava próxima a dos primeiros cristãos. Serão as informações do sr. Spencer fidedignas ?

Quantos duvidaram da existência da cidade "UR DOS CAUDEUS", citada no Antigo Testamento. Ninguém sabia onde ficava. A Caldeia ficava, sem duvida, na Mesopotâmia. Ate então, desde o ano 550 AC, a Bíblia fora a única fonte de informações sobre a historia da Ásia Menor. Em 1843, Paul-Emile, arqueólogo, descobre uma metrópole de 4000 anos, do Rei sargao, da Assíria, citada em Isaias - 20:1. Em 1845, Layard, descobre Nimrod (Callach), que na Bíblia se chama Cale (Gênesis 10:11).
 
Pouco depois, Henry Creswicke, descobre a capital Assíria de Ninive e a celebre biblioteca do Rei Assurbanipal (Jonas - 1:2).
 
A cidade de UR começa a ser descoberta através dos achados do Cônsul Taylor, trabalhando para o Museu Britânico de Londres, em 1854.
 
7. As informações que dispomos atualmente, nem sempre são suficientes para AFIRMARMOS ou NEGARMOS certos fatos históricos.
  • Como provar que Deus existe ? Como provar que Ele não existe?
8. Não existe prova documental da existência de JESUS e de seus feitos. E apesar disto sentimos a forca de sua Aura de Luz e sua coordenação deste planeta.
 
9. Durante quanto tempo a Astronomia afirmou que existiam somente 9 planetas no sistema solar. Hoje admite-se 10 planetas. A ciência não para e a Doutrina Espírita tem de acompanhar sua evolução. Os espíritos comunicantes não são perfeitos. Os Médiuns também carecem de perfeição. Cabe a nos aproveitar o TRIGO e deixar o JOIO.
  • O que seriam Astros Secundários para o espírito Galileu?
  • Com que perfeição ocorreu o processo mediúnico?
  • Porque não houve revisão no livro "A Gênese"?
10. Nada disto invalida as experiências de Allan Kardec, do químico William Crookes, que a partir de 1870, iniciou experiências com a médium Florence Cook e durante 3 anos obteve a materialização completa do espírito de uma mulher, Katie King, que passeava pela sala, conversava com todos, foi fotografada 44 vezes, desaparecia a vista dos assistentes...
 
11. A proposta central da Doutrina Espírita, de transformação MORAL da humanidade, vai se consolidando a medida que afasta a humanidade das idéias do "MÁGICO" e do "SOBRENATURAL", fazendo-a compreender as conseqüências dos seus atos e as relações entre o mundo material e o espiritual.
 
12. Sugestão: leitura da Revista Espírita, editada por Kardec, para uma maior compreensão do espiritismo.

Que Jesus nos ampare a todos,
 
Afonso Fioravante, Brasil
 
(Retirado do Boletim GEAE Número 271 de 16 de dezembro de 1997)
 
* * *
 
 
 
 
 
Com esta mensagem eletrônica
seguem muitas vibrações de paz e amor
para você