sábado, 23 de junho de 2012


Por que as dificuldades só aumentam?

            A aflição que não passa e tanto sufoca?

            Como conseguir o reequilíbrio se ao nosso redor se formam intensas tormentas?

            E o sofrimento que chega e enfraquece...

            A preocupação que mina nossas alegrias...

            A angustiante sensação de incapacidade diante dos fatos...

            Súplicas não respondidas...

            E onde alimentar a fé se tudo remete ao desalento?

            Fé...

            A cada dia, mais ouvimos da importância desse sentimento, todavia, permanecemo-nos apenas na teoria, como falta-nos a prática!

            Ainda não tendes fé?” expressão do Cristo diante da tempestade que assombrava seus discípulos. ( Marcos 4:40)

            E quantos de nós, diante das tormentas que desabam sobre nossa vida também não nos desesperamos?

            Diante de terríveis e inesperadas provas facilmente deixamos para trás a essência das palavras de Jesus: “ Não vos deixarei órfãos” ( João 14:18)

            E o Amado Mestre permanece ao nosso lado, a nos sustentar e orientar.

            Então, por que cientes dessa verdade ainda fraquejamos e tememos?

            Ainda nos falta a fé?

            Porque muitas vezes a nossa fé tem como base a resposta que esperamos do Alto. Se julgamos positiva aos nossos anseios, tornamo-nos mais confiantes.

            Mas quando nossas petições não são atendidas, acreditamos que fomos preteridos pelo Pai, descremos de sua sabedoria e misericórdia.

            Não somos capazes de compreender que aquela provação que surgiu em nosso caminho veio libertar nosso Espírito das limitações que tanto o prejudicam.

            Veio nos convidar à reflexão, a pausa de nossa correria mundana, ao conhecimento dos valores espirituais que desprezamos, a purificação de nossa alma e a limpeza de nossos olhos espirituais para que esses, vençam a extensa cortina escura e compreendam a paisagem de renovação que está a frente...

            Por isso, fé não significa resolução imediata de nossas dificuldades, mas sim, alimento que virá fortalecer nosso Espírito.

            Tende fé significa antes de mais nada investir nos talentos íntimos que, infelizmente, permanecem adormecidos.

            Ter fé é prosseguir com a plena confiança que Jesus acalmará a tempestade a nossa frente.

            Agora se diante da travessia, optamos por parar receosos pelos espinhos, como haveremos de enxergar as flores anunciando um novo horizonte?

            A fé sempre será a luz que irá iluminar nossos passos e não se apagará mesmo diante das intensas sombras.

            Entretanto, não nos esqueçamos que o caminhar é responsabilidade de cada um!

            Lembremo-nos também, que provas não são, em nenhum tempo, maiores que nossas forças. Mesmo que pareça o contrário, não é verdade!

            O que ocorre é que supervalorizamos as dores e empecilhos do caminho e ficamos de braços cruzados a espera de um milagre.

            Adotando, portanto, atitude contrária ao que Jesus pregou:  “Aquele que perseverar até o fim, será salvo” ( Mateus 24:13).

            Perseverança! Há quanto tempo não lhe damos atenção? Nada muda se não houver trabalho e se esse trabalho não representar o bem, estaremos apenas nos afundando na lama dos enganos.

            Encaremos, portanto, a prova como convite a trilhar uma nova estrada.

            Recordemos novamente que provas, em verdade, são os meios que o Pai, em sua Infinita Bondade, encontra para que despertemos e possamos analisar as atitudes que estamos a realizar.

            Quanto sofrimento decorre de nossas próprias escolhas? E inacreditavelmente,  nem nos damos conta...

            Agredimos diuturnamente nosso corpo físico, esquecidos que ele representa o santuário do nosso Espírito.

            Por sua vez, desequilibramos o Espírito negando o perdão e cultivando rancor...

            Negligenciamos nossa mente, permitindo que pensamentos nocivos terminem por adoecer toda nossa estrutura psíquica.

            Construímos belas moradias, mas não constituímos verdadeiros lares... Afinal onde a paz adentrará se há o bloqueio da entrada dos ensinamentos de Jesus?

            Rogamos por clemência para nossas fragilidades, mas no minuto seguinte, estamos a exigir a perfeição do nosso semelhante.

            A cada dia ainda investimos em ações que sabemos que nos prejudicam, mas dizemo-nos fracos para resistir a tentação...

            Falamos e nos emocionamos com a  Boa Nova mas também deixamos espaço para a maledicência, a luxúria e os preconceitos que, sorrateiramente, afetam a nossa ligação  com a espiritualidade maior.

            Valorizamos em demasia os bens materiais, relegando ao abandono os valores por Jesus ensinado.

            Repetimos que queremos para os outros o que também é bom para nós, porém, não estamos a negar que cada um encontra-se em um estágio evolutivo?

            Será que a pessoa que está ao meu lado, tem condições de possuir a mesma compreensão que hoje detenho?

            Jesus conviveu com todos, porque a sua única lei era o Amor.

            E onde predomina o amor, também estão presentes: a humildade, a fraternidade e o respeito.

            Não foram em vão as palavras do Rabi: “Amai-vos uns aos outros” ( João 15:12).

            O verdadeiro amor só tem uma única finalidade: aproximarmo-nos do Cristo. Tudo que for contrário ao que Ele pregou não representa esse sentimento.

            Fiquemos atentos todas as vezes que  pregamos o Evangelho, mas  perdemos a calma diante dos mínimos deslizes alheios e vestimos a máscara da irritação quando nos sentimos contrariados.

            Ainda estamos todos num mundo de Provas e Expiações, ou seja, em constante elevação.

            E certamente essa elevação pode ser mais fortalecida se ao invés da semeadura das discórdias e vaidades, houver a união, caminhemos juntos!

            Irmãos de jornada, não devemos nos sentir julgados em nossas fragilidades, porque como dito, ainda estamos a evoluir e muito temos a aprender!

            Mas também não façamos disso desculpa pela nossa inércia! Necessário que comecemos a grande reforma!

            O edifício só surge quando a mão de obra começa.   E que nossa base seja o Evangelho! Segura será nossa construção e nada poderá abalá-la.         

            Assim, se desesperados rogamos o auxílio das forças do bem, como também, na matéria nos aproximamos dos companheiros ansiosos por ajuda, saibamos que  tudo  isso é sempre válido, mas não nos esqueçamos de que se é certo que contamos com muita proteção, também é verdadeiro que não podemos permanecer de braços cruzados!

            Tende fé, pode também ser entendido como tende coragem!

            Ajuda-te e o céu te ajudará!

            Luz ou treva estão dentro de nós e a escolha de qual predominará é sempre nossa!

            Certamente, almeja vencer os obstáculos, então faz a sua parte!

            Quantas inspirações divinas lhe chegam e não dá crédito? Ou pior, nem consegue percebê-las porque está absolvido pelo pessimismo...

            Aproxima-se de Jesus!     

            Há quanto tempo não faz uma prece, um Evangelho no Lar, não busca uma leitura edificante, um encontro com a natureza, um gesto de caridade?

            Um diálogo amoroso ou minuto de silêncio sentindo o reconfortante abraço dos amigos espirituais?

            Há quanto tempo, sinceramente, não acorda e abre a janela agradecido por mais uma oportunidade de recomeçar, independente dos desafios que nos aguardam?

            A vida é eterna dádiva concedida por Deus, nosso Pai de Amor!

            Assume a responsabilidade de sua existência!

            Tende fé e caminha!

            Abre as portas para Jesus! Enxergando-o em cada rosto que encontrar, substituindo assim o seu constante choro pela indescritível sensação de ser capaz de enxugar lágrimas alheias.

            Entra em comunhão com o Alto, sem olvidar que isso significa ir adiante a  semear a Boa Nova.

            É desse modo que deixará a tristeza para trás e viverá a alegria de Jesus.

            Encara cada prova como a bendita ferramenta para vencer o orgulho, o egoísmo, a revolta, a vaidade, a indiferença, o personalismo e tantas outras ervas daninhas.

            E se nesse instante, reconhecer que muito foram os enganos, não entristece seu coração, nem abraça as lamúrias, simplesmente refaz o seu caminho, transformando cada erro em aprendizado.

            Quando nos levantamos das quedas, seguimos com maior amadurecimento espiritual, agora se permanecermos caídos, a escuridão só tende a aumentar.

            Refaz o seu caminho! Apoio não lhe faltará.

            Ajuda-te e o céu te ajudará!

            Isso é ter fé!

            Sônia Carvalho
                22/06/12