sexta-feira, 29 de junho de 2012

ENTÃO, QUERO SER O BURRINHO


ENTÃO, QUERO SER O BURRINHO

Chico acabava de ver sair à publicidade de mais um dos belos e úteis livros psicografados pelas suas mãos abençoadas.
E, alem de cartas elogiosas ao seu trabalho, recebia pessoalmente em Pedro Leopoldo e em Belo Horizonte, quando lá comparecia:
Louvores e mais louvores de confrades e irmãos outros simpáticos ao Espiritismo.
E cada qual lhe citava um fato que mais lhe agradou, realçando o valor do livro neste e naquele aspecto.
O Chico andava atrapalhado com tantos confetes; sobre a sua pessoa.
E, em casa, sossegado dos aplausos, dizia de si para consigo: - vou deixar de psicografar, pois sou um ladrão roubando referencias honrosas que não me pertencem.
Os abraços, os parabéns, os elogios que recebo cabem aos Espíritos de Emmanuel, André Luiz, Neio Lúcio e de outros, que são legitimamente os autores dos livros magníficos. Preciso dar um jeito nisto...
Neio Lúcio, que lhe traduzia o pensamento, que lhe verificara os propósitos, sorrindo, lhe aparece e diz:
- Não há razão, Chico para sentir-se você magoado com os elogios. Também os merece.
- Não, Neio Lúcio, sinto-me como um ingrato, ladrão, indigno...
- Bem, Chico, vou contar-lhe uma pequena historia: - em certo município, dois distritos se defrontavam, separados apenas por pequena distancia.
Um com a população quase toda enfermada, sem recurso de espécie alguma. O outro, cheio de vida, viveres e remédios.
Apenas faltava um agente intermediário entre os dois. Ninguém queria servir de ligação, realizar o trabalho socorrista.
Foi quando, como mandado do céu, apareceu um burrinho humilde, manso, que, com pouco trabalho, tornou-se apiado, obediente, capaz de levar, sem ninguém, do distrito rico ao distrito pobre, os recursos de que careciam os irmãos enfermos e sofredores.
O burrinho, tendo ao lombo dois jacás, um de cada lado, foi recebendo a dádivas: um colocava alimento, outro remédios, mais outro roupas.
Colocavam-no á trilha e, ele, automaticamente, lá ia para o distrito lazarento e faminto.
Em pouco, era esvaziada toda a carga e voltava, com fora, alegre, satisfeito por haver cumprido um serviço salvatorista, abençoado, para repetir, noutras vezes, quando necessário, a mesma tarefa cristã...
E, antes que Neio Lúcio, concluísse, o Chico exclamou: - Está bem, Neio Lúcio, então como burrinho aceito o serviço.
E nunca mais se importou com louvores, certo de que agora sabe qual a missão que realiza, entre a terra e o céu, junto á Grande Causa.
Lição de humildade, de conhecimentos de si mesmo. Lição para todos nós...
 
Livro: Lindos casos de Chico Xavier – Autor: Ramiro Gama
 

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Questão 767O ISOLAMENTO ABSOLUTO É CONTRÁRIO À LEI NATURAL?  Resposta: Sim, pois os homens buscam a sociedade por instinto e devem todos concorrer para o progresso, ajudando-se mutuamente.-Livro dos Espíritos, 65ª edição-tradução de J. Herculano Pires.