JORGE LUIZ DE OLIVEIRA BARBOSA iniciou a discussão sobre "11 DE SETEMBRO" no
grupo Cantinho do Chico. em Evangelho no Lar
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11 DE
SETEMBRO
CAROS AMIGOS, NO NOSSO GRUPO DE ESTUDOS SURGIU A
SEGUINTE PERGUNTA: TODAS AS PESSOAS QUE MORRERAM NO EVENTO DE 11 DE SETEMBRO
(NEW YORK) ESTAVAM PREDESTINADAS PARA MORRER NAQUELE DIA OU PODE TER EXISTIDO
ALGUM CASO DE FATALIDADE?
Prezado Júnior! Sobre as tragédias
coletivas, temos a dizer o seguinte: A dolorosa ocorrência do dia 11 de Setembro
de 2001, que causou a morte de milhares de pessoas, traz novamente, de forma
mais intensa e angustiosa a pergunta: por quê? por que acontecem essas tragédias
coletivas? Outras indagações acorrem à mente: por que alguns foram salvos,
desistindo ir trabalhar naquele dia ou chegando atrasado? Por que alguns foram
poupados e outros não? Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas
e claras que explicam, esclarecem e, por via de conseqüência, consolam os
corações humanos. Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas
constituem um enigma insolúvel, pois desconhecem os mecanismos da Justiça
Divina, que traz no seu âmago a lei de causa e efeito. Ante tragédias como essa
mais recente, ou como outras de triste memória; diante desses dramáticos
episódios a fé arrefece, torna-se vacilante e, não raro, surge a revolta, o
desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco
se importa com os sofrimentos da Humanidade. Chega-se ao ponto de comparar-se o
Criador a um pai terreno e, nesse confronto, este sair ganhando, pois zela pelos
seus filhos e quer o melhor para eles, enquanto que Deus... O Codificador do
Espiritismo interrogou os Espíritos Superiores quanto às provas coletivas, no
item intitulado Flagelos Destruidores, conforme vemos em "O Livro dos
Espíritos", nas questões 737 a 741, que recomendamos ao atencioso leitor. Nos
últimos tempos a Espiritualidade Amiga tem-se pronunciado a respeito das
provações coletivas, conforme comentaremos a seguir, com alguns exemplos.
Exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), ocorre espantosa
tragédia num circo apinhado de crianças e adultos que procuravam passar uma
tarde alegre, envolvidos pela magia dos palhaços, trapezistas, malabaristas e
domadores com os animais. Subitamente irrompe um incêndio que atinge proporções
devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando centenas de pessoas,
queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero. Essa
dramática ocorrência, que comoveu o povo brasileiro, motivou a Espiritualidade
Maior a trazer minucioso esclarecimento, conforme narrativa do Espírito Humberto
de Campos, inserida no livro "Cartas e Crônicas" (ed. FEB), cap. 6. Narra o
querido cronista espiritual que no ano de 177, em Lião, no sopé de uma encosta
mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, com
altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco
Aurélio, que se omitia quanto às perseguições que eram infligidas aos cristãos.
Por isto a matança destes era constante e terrível. Já não bastava que fossem os
adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados. Inventavam-se
novos suplícios. Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas. Anunciava-se para
o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava
atenções especiais do imperador. As comemorações para recebê-lo deveriam,
portanto, exceder a tudo o que já se vira. Foi providenciada uma reunião para
programação dos festejos. Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas
diversos estariam presentes. Foi quando uma voz lembrou: -"Cristãos às feras!"
Todos aplaudiram a idéia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era
novidade. Em consideração ao visitante era preciso algo diferente. Assim, foi
planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em
óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. Seriam ainda
colocados velhos cavalos e ateado fogo. Todos gargalhavam imaginando a cena. O
plano foi posto em ação. E no dia seguinte, conforme narra Humberto de Campos,
ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e
lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em
correria. Afirma o cronista espiritual que quase dezoito séculos depois, a
Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa
expiação na tragédia do circo, em Niterói. Outra tragédia também mereceu dos
Benfeitores Espirituais vários esclarecimentos. Por ocasião do incêndio do
Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido no dia lº de fevereiro de 1974, o médium
Francisco Cândido Xavier, em seu lar, em Uberaba (MG), ouvindo a notícia pelo
rádio, reuniu-se em prece com quatro amigos, solicitando auxílio dos Benfeitores
Espirituais para as vítimas. Atendendo ao apelo apresenta-se o Mentor Espiritual
Emmanuel e escreve, através do médium, comovedora prece inserida no livro
"Diálogo dos Vivos". Dias depois, em reunião pública, na qual estavam presentes
alguns familiares de vítimas do incêndio do Joelma, os poetas Cyro Costa e
Cornélio Pires (Espíritos) manifestaram-se pela psicografia, ditando ao médium
sonetos referentes à tragédia. O soneto de Cyro Costa traz uma dedicatória e o
transcrevemos, tal como está, no citado livro "Diálogo dos Vivos" (cap. 26, pág.
150): Deus não castiga ninguém. Admitindo que já vivemos antes, fica mais fácil
compreender. Não ensinou o Cristo que quem com ferro fere, com ferro será
ferido? Que todo homem será punido naquilo em que pecar? Dentro desse raciocínio
legitimamente cristão, quem, em conjunto com outras pessoas, agrediu o próximo
não teria que pagar em conjunto? É esse o chamado carma coletivo. Toda ação que
praticamos, boa ou má, recebemos de volta. Nosso passado determina nosso
presente não existindo, pois, favoritismos, predestinações ou arbítrios divinos.
O homem é o árbitro do seu destino, subordinado ao determinismo cósmico,
essencialmente complacente e progressivo, transcendendo o espaço e o tempo. Na
provação coletiva, morte de muitos, em situações iguais, verifica-se a
convocação dos espíritos encarnados, participantes do mesmo débito relacionado
ao passado delituoso e obscuro. A história da civilização é um relato de crimes,
violências e absurdos e lá estivemos juntos, aprontando. As Cruzadas, a
inquisição, as injustiças de todas as guerras. Só se livra das dívidas,
quitando-as. Quem não deve não paga. É por isso que muitos perdem o avião que se
acidentaria dali a pouco, enquanto outros nele viajam inesperadamente. É lógico
que quem escapou não fazia parte do grupo de devedores. Como o espírito é
imortal, deixando o corpo, ele parte para novas experiências, no aprendizado em
direção à felicidade verdadeira e definitiva.
REVISTA
JOVEM ESPIRITA
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